Golos do Santa Clara em Novembro e em Dezembro


No início de cada mês será publicado neste blog um video com os melhores golos do mês passado, e estará disponível uma votação para eleger o melhor golo do mês.

No final da época será publicado um video que vai reunir os melhores golos de cada mês, para depois eleger o melhor golo da época 2011/2012 do Santa Clara.

Fiquem agora com os golos de Novembro e Dezembro, e votem, têm até dia 31 de Janeiro:

http://www.youtube.com/watch?v=MriFHxkhRds

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

50 mil razões de discussão

No passado domingo, levantei-me em sobressalto e munido de um nervoso miudinho que não me permitiu beneficiar daquele calor dos lençóis e dos edredões que tanto nos conforta, principalmente ao fim-de-semana.
Claro que não haviam razões para tanto alarido, afinal aquele era um domingo igual a tantos outros, não fosse o facto de o Santa Clara jogar a segunda-mão da segunda fase da Taça da Liga, na Marinha Grande. Seria esta uma razão plausível para tanta agitação? Numa altura em que temos tanto para nos preocupar, valerá a pena perder o sono por futebol? Ambas as questões ecoavam na minha cabeça, mas o que querem, o futebol ainda vai sendo, a par da família (o mais importante), das poucas coisas que me vai dando alegria. Acrescente-se a isto o facto de ter emprego, coisa que muitos portugueses já não podem dizer, e estão reunidas condições para que ainda possa sorrir.
Na Marinha Grande, o Santa Clara jogava muito mais do que uma simples partida de futebol. Os encarnados tinham a possibilidade de escrever mais uma página de ouro na sua já longa história e, se o conseguissem, ainda por cima poderiam realizar um significativo encaixe financeiro. Meus amigos, em tempo de crise, concordemos que ganhar 50 mil euros (!) somente por passar a uma fase mais avançada de uma qualquer competição é motivo de sobra para que se coloquem todas as “fichas” no tapete verde, que, no caso, até mais parecia uma piscina.
Com o passar das horas, a ansiedade foi aumentando, alimentada pelo desejo de que o jogo começasse para que se pudesse confirmar a passagem para outro patamar, para aquele em que já marcarão presença os ditos “grandes” do futebol português, local em que aliás, defendo, o Santa Clara deveria sempre estar. No entanto, e aqui é que os adeptos, simpatizantes e sócios dos encarnados devem ter calma e pensar com os pés bem assentes na terra.
Até agora, pelo que me é dado a ver, o percurso para alcançar o topo tem sido bem feito. Com moderação, com contenção de despesas, apostando em jogadores jovens que pretendem alcançar um “lugar ao sol”. Só assim poderemos regressar à Primeira Liga, não cometendo as loucuras de um passado bem recente e com a certeza de que um dia que lá cheguemos estão reunidas as condições para lá ficarmos por muitos anos.
Voltando a domingo, bem, devo dizer que foi uma hora e meia de jogo de nervos, sempre com os ouvidos no rádio, sofrendo por fora, de longe, algo que ainda custa mais, custa muito mais.
No final, a ansiedade deu lugar à satisfação, ao regozijo e ao orgulho. O Santa Clara tinha conseguido, com algum sofrimento, mas também com muita justiça, um apuramento inédito.
Todavia, no meio de tudo isto, comecei também a escutar algumas conversas menos próprias, muitas vindas de adeptos que, certamente, são tudo menos pessoas que gostam e defendem os encarnados.
Ouvia: “agora sim, foi ao Estádio de S. Miguel. Oxalá fiquem no grupo do Benfica, para que possa ver o ‘glorioso’, o Jesus, o Saviola, entre outros”, ou então, “bom é que fosse o Porto. Ia ser uma romaria da Calheta para o estádio”, e até “óptimo era apanhar o Sporting.” Pensei: como é possível. Então esta gente não quer ver o Santa Clara, não quer puxar pelo clube açoriano, quer sim ver aqueles que idolatra, semana após semana, através da televisão.
Pois bem, é isto mesmo. Há açorianos, e micaelenses em particular, que não merecem este Santa Clara, nem qualquer outro que conquiste páginas de ouro para a história do clube. Assim se percebe como, a cada jornada da Liga Orangina, o Estádio de S. Miguel apresente uma deplorável moldura humana. A estes, bem a estes, até defendo que se barre a entrada no recinto, ou então que se pratiquem preços de bilheteira que lhes obriguem a pagar “couro e cabelo” para irem torcer pelos outros.
Desculpem-me, mas penso que seria o mais sensato. Quando um açoriano não defende o que é seu, independemente do seu clubismo, não está a prestar um bom serviço à Região.
Pedro Botelho

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